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Carlos Lyra

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Carreira

A primeira música de Carlos Lyra, "Quando Chegares", foi escrita em 1954. No mesmo ano, o cantor Geraldo Vandré, então se chamava Carlos Dias, apresentou sua música "Menina", no 1º Festival da Canção da TV Rio. Em 1955, a música foi gravada por Sylvinha Telles e lançada pela gravadora Odeon, que incluiu também a canção "Foi a noite" (Tom Jobim e Newton Mendonça). O disco é considerado um registro precursor da Bossa Nova.

No ano seguinte, começou carreira profissional, tocando violão elétrico no conjunto de Bené Nunes. Compôs "Maria Ninguém", entre outras músicas com letras suas. Ainda em 1956, seu samba "Criticando", precursor de "Influência do Jazz", foi gravado pelo grupo vocal Os Cariocas. Em 1957, começou a compor em parceria com Ronaldo Bôscoli.

Ainda em 1957, participou do primeiro show com a turma da bossa nova, no Grupo Universitário Hebraico. Em 1959, suas composições "Maria Ninguém", "Lobo Bobo" e "Saudade Fez um Samba", as duas últimas com Ronaldo Bôscoli, foram gravadas por João Gilberto no LP "Chega de saudade", lançado pela Odeon.

Participou de festivais universitários e lançou em 1959 seu primeiro disco, "Carlos Lyra: Bossa Nova", cujo texto de contracapa foi escrito por Ary Barroso. Em 1960, conheceu Vinícius de Moraes, que viria a ser seu parceiro musicai em músicas de sucesso como "Minha Namorada" e "Primavera".

Foi um dos fundadores em 1961 do Centro Popular de Cultura da UNE (CPC), do qual foi diretor musical. Apresentou compositores populares a jovens da zona sul. Foi assim que nasceu o musical "Nara Pede Passagem", no qual Nara Leão cantou "Se Alguém Perguntar Por Mim", de Zé Kéti, precursor do grupo Opinião.

Participou do Cinema Novo, musicando o episódio "Couro de Gato", de Joaquim Pedro de Andrade, para o filme "Cinco Vezes Favela". Em 1962, participou da histórica noite da bossa nova no Carnegie Hall em Nova York. No mesmo ano, escreveu com Vinícius de Moraes as canções para o musical "Pobre Menina Rica", que lançou Nara em 1963.

Carlos Lyra ainda compôs com Vinícius o "Hino da UNE" e atuou como diretor musical da Rádio Nacional, cargo que exerceu até o golpe militar de 1964, ano em que foi para os Estados Unidos. Em 1970, trabalhou no México, onde montou os musicais "O Dragão e a Fada" e "Pobre Menina Rica", que teve tradução para o espanhol de Gabriel García Márquez e Francisco Cervantes.

Voltou para o Brasil em 1971, casado com a atriz e modelo norte-americana Kate Lyra. Em 1974, após ter o disco "Herói do Medo" censurado, mudou-se para Los Angeles e só voltou ao Brasil em 1976. Na década de 80, compôs músicas para o cantor espanhol Julio Iglesias, fez trilhas sonoras para peças, entre elas "As Primícias", de Dias Gomes, e excursionou pela Europa e Japão.

Em 1994, teve o songbook "Carlos Lyra" lançado por Almir Chediak e em 2005 lançou o DVD "50 Anos de Música", ano em que foi homenageado pelo conjunto da obra pelo Prêmio Shell de Música.

Fontes:
ALBIN, Ricardo Cravo. "Dicionário Houaiss Ilustrado [da] Música Popular Brasileira. Rio de Janeiro: Paracatu Editora, 2006.
CASTRO, Ruy. "Chega de Saudade". São Paulo: Companhia das Letras, 1990